Professores discutem resgate da profissão
Isabel Vilela
Cerca de 500 professores do Distrito Federal participam hoje do seminário Profissão Professor: o resgate da pedagogia. Promovido pelo Instituto Alfa Beto o evento faz parte de uma rodada de seminários que acontecem também em Recife, Porto Alegre, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Campo Grande. O objetivo é discutir práticas educacionais bem sucedidas mostrando evidências científicas e debater os motivos do fraco desempenho dos alunos brasileiros. Ao todo, 3 mil professores devem participar da rodada. Convidado para a abertura do seminário, o Ministro da Educação, Fernando Haddad, elogiou a iniciativa e ressaltou que para melhorar a educação é preciso investir na formação dos professores. Também estiveram presentes na mesa de abertura o secretário de Educação do DF, José Luis Valente, o secretário de Educação Integral do DF, Marcelo Aguiar, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto; a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar, e o presidente do Instituto Alfa e Beto (IAB), João Batista de Araujo e Oliveira. Durante todo o dia, os professores participarão de palestras e oficinas com convidados internacionais. Nuno Crato, professor do Instituto Superior de Economia e Gestão e presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática discutirá com os participantes o ensino da matemática. José Morais, professor-emérito da Universidade Livre de Bruxelas vai compartilhar sua experiência em psicologia, psicolinguística e neurociências aplicadas ao estudo da leitura. Clermont Gauthier, professor e diretor do Centro de Pesquisas de Formação Docente da Universidade de Laval, fala sobre reforma educacional e formação de professores. E o professor do Instituto de Educação da Universidade de Londres Roger Beard discute o ensino de linguagem e avaliação de políticas de alfabetização e ensino da língua materna. Para o presidente do IAB, João Batista de Araujo e Oliveira, o mais importante é valorizar a profissão de professor. "Inúmeros estudos da percepção de pais e alunos sobre os professores da educação básica mostram que eles são adorados, mas isso não chega até os professores. Eles também não param pra pensar que são uns dos únicos profissionais que trabalham em um ambiente onde 90% dos colegas têm nível superior", aponta. Na Inglaterra, há mais ou menos duas décadas a formação de professores passa por uma mudança, que segundo o professor Roger Bears, tem apresentado efeitos positivos. "O nível de dificuldade para selecionar quem entra no curso aumentou e também tem se exigido mais de quem está estudando para ser professor. Além disso, o curso tem o foco na escola, em todos os aspectos relevantes para uma escola", contou. Para José Morais, é necessário lembrar que o Brasil tem boas experiências em educação. "Aqui há, sim, educação de qualidade, mas ela é para poucos. É preciso generalizar as boas soluções", avaliou. O professor ressaltou também a importância de se ampliar o acesso à educação infantil. "Ela é fundamental para o desenvolvimento da criança, deve ser uma prioridade. A criança que vai para a escola apenas aos 6 anos chega com noções muito rudimentares". Janaína Andréa Almeida, professora da Escola Classe 5 do Guará, está participando do seminário. "Temos a necessidade de estar sempre nos atualizando, investindo na formação continuada", avaliou. Para ela, a experiência poderá ser aplicada no trabalho com os alunos. "A palestra sobre alfabetização, principalmente, foi muito boa, porque é a minha área. Algumas coisas que ele falou, nós já aplicamos em sala de aula. É bom para ver o que estamos acertando e aprender novos métodos", concluiu a professora. O seminário ocorre até as 18h de hoje, no Centro de Eventos Brasil 21.
Correio Braziliense
27/08/2009
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Comunicação e Expressão
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